sábado, 16 de julho de 2011

Poema: Rio Doce

Nos meus sonhos das quedas
Das quedas d'água do rio
Do Rio Doce querido
Profanado e invadido.
De afluentes,
nascentes,
nascedouro de vida.
Hoje mórbidas lembranças
Das correntes de um rio ausente
Cachoeira da Fumaça,
Soberbo "Velho" que chora Marimbondo extinto.
Água Santa afundada.
Povos barrados e banidos.
Crenças desmistificadas.
Caboclo d'água já não mais assusta.
Sonho "dourado" varrido.
Piracema impedida.
Rio Doce aprisionado pela grande muralha.
Águas mortas repousam lembranças.
Lembranças da infância,
da mocidade
e velhice.
Das casas,
dos cantos,
dos contos,
do fogão a lenha,
do café no bule,
da família sentada no terreiro,
hoje afogado.
A hegemonia do capitalismo chegou:
famílias migradas,
rasgadas,
invadidas e perdidas.
Nos meus sonhos das quedas
Das quedas d'água do rio
Do Rio Doce querido
Profanado e invadido.
Cortaram os cílios do rio.
Serraram os troncos.
As lágrimas pingaram.
Gritos mudos lançados ao vento.
Ninguém escutou.
Doutor engenheiro ignorou:
Aves, filhotes, plantas e sementes.
Água subiu.
Sonho acabou.
Soberbo "Novo" ...
Recomeçar,
Repensar.
Erguer a cabeça e enfrentar...
                                                      Ana Auxiliadora Martins ( Naninha )

Um comentário:

  1. OI NANINHA SOU EDUARDA SUA ALUNA DO 6 ANO B AMEI TUDO DO INICIO AO FIM.SEUS POEMAS SÃO MUITO CRIATIVOS,CONTINUE ASSIM POI VC É UM EXEMPLO DE PESSOA QUE ACREDITA QUE NOSSO MUNDO TEM CONCERTO,COMO EU!!!BJS EDUARDA!!!

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